terça-feira, 15 de maio de 2012

Haja Saúde!

É o que nos apraz dizer ao ver a partir do largo do Martim Moniz os homens e as mulheres que aceitam descer os 146 degraus daquelas a quem todos chamam das ”escadinhas da saúde”. A descer “todos os santos ajudam” mas se for a subir ai o caso já muda de feição.
Ao longo de 146 degraus compostos por quatro lanços de escadaas dá para pensar em muita coisa: arrependemo-nos de ter comido aquele gelado que até há bem pouco tempo parecia-nos divinal e agora é o nosso pior inimigo ou senão perguntamo-nos porque é que não praticamos mais exercicio fisico? Aquilo que é feito por um turista com muita (e várias paragens). É algo de muito normal para os moradores da mouraria que por ali passam todos os dias.
Exemplos disso são a angolana Maria que ia para o seu segundo trabalho do dia, este ali já para os lados do Rato; o pequeno Ahmed que deslizava pelo corrimão como uma folha desliza ao vento ou o mùsico Pepe que com o seu tambor debaixo do braço esperava que a sua companheira de casa e de curso se acabasse de arranjar para sairem para a faculdade. E estas são algumas das vidas que por aqui passam.
Ao mirarmos de longe, já depois de termos efectuado a nossa saudosa descida, o nosso principal objectivo era encontrar uma sombra para fugirmos ao calor, ficamos a pensar naqueles que encontrámos e nos demais que estavam escondidos nos prédios que ladeiam as escadinhas. Quantas vidas? Quantas histórias? E todas passadas ao longo de inumeras subidas e descidas.
Ao afastarmo-nos das escadinhas para encontramos um refúgio para fugir ao calor…quem sabe debaixo das arcadas do teatro D. Maria?!... Sentimo-nos de tal forma inundados do espírito fadista do bairro que damos por nós a cantarolar alguns dos versos do fado BIA DA MOURARIA.
Aqui este fado e cantado pela fadista Carminho. Parte do videoclip foi gravado nas escadinhas da saúde.    

Por: Andreia Rodrigues.

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