É o
que nos apraz dizer ao ver a partir do largo do Martim Moniz os
homens e as mulheres que aceitam descer os 146 degraus daquelas a quem todos
chamam das ”escadinhas da saúde”. A descer “todos os santos ajudam” mas se for
a subir ai o caso já muda de feição.
Ao longo de 146
degraus compostos por quatro lanços de escadaas dá para pensar em muita coisa:
arrependemo-nos de ter comido aquele gelado que até há bem pouco tempo parecia-nos
divinal e agora é o nosso pior inimigo ou senão perguntamo-nos porque é que não
praticamos mais exercicio fisico? Aquilo que é feito por um turista com muita
(e várias paragens). É algo de muito normal para os moradores da mouraria que
por ali passam todos os dias.
Exemplos disso são a
angolana Maria que ia para o seu segundo trabalho do dia, este ali já para os
lados do Rato; o pequeno Ahmed que deslizava pelo corrimão como uma folha
desliza ao vento ou o mùsico Pepe que com o seu tambor debaixo do braço
esperava que a sua companheira de casa e de curso se acabasse de arranjar para
sairem para a faculdade. E estas são algumas das vidas que por aqui passam.
Ao mirarmos de longe,
já depois de termos efectuado a nossa saudosa descida, o nosso principal
objectivo era encontrar uma sombra para fugirmos ao calor, ficamos a pensar
naqueles que encontrámos e nos demais que estavam escondidos nos prédios que
ladeiam as escadinhas. Quantas vidas? Quantas histórias? E todas passadas ao
longo de inumeras subidas e descidas.
Ao afastarmo-nos das
escadinhas para encontramos um refúgio para fugir ao calor…quem sabe debaixo
das arcadas do teatro D. Maria?!... Sentimo-nos de tal forma inundados do espírito
fadista do bairro que damos por nós a cantarolar alguns dos versos do fado BIA DA MOURARIA.
Aqui este fado e cantado pela fadista Carminho. Parte do videoclip foi gravado nas escadinhas da saúde.
Por: Andreia Rodrigues.
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