Seguindo
no eléctrico nº 28E, iniciei a viagem no Martim Moniz, passando pelo sítios de: Anjos, Graça… Alfama
era a paragem “obrigatória”. Assim, sai na calçada de São Vicente de fora,
passei pela igreja que apresenta o mesmo nome, rumo ao Panteão Nacional, onde
fiquei a conhecer toda a sua história,
tal como o seu funcionamento.
Na
entrada, encontramos a bilheteira, sim, porque tal como qualquer outro
monumento histórico, em Lisboa, e não só… paga-se para apreciar a sua beleza
interior.
Aí,
deparei-me com o Senhor André, recepcionista deste espaço, e além de
exercer esta função, também, faz de
guia, quando está outro colega para assegurar a recepção. Este senhor, muito
simpático, dispôs-se a explicar todo o funcionamento daquele grande monumento.
B.S – Qual é o horário deste monumento? Está
aberto todos os dias?
A.C – Não. Não está
aberto todos os dias. Está aberto das 10h-17h, de Terça a Domingo, uma vez que
estamos encerrados todas as segundas-feiras, respeitando o 25 de Dezembro,
Domingo de Páscoa, 1º de Janeiro e 1º de Maio que também estamos encerrados ao
público.
B.S – Falando de público. Que tipo de público
costuma visitar o PN?
A.C – O Panteão
Nacional é visitado, maioritariamente, por turistas, mas também há afluência de
portugueses de vários pontos do (nosso) País. No que se refere ao turismo,
podemos dizer que há muitos turistas chineses, japoneses, italianos, espanhóis,
franceses, ingleses, alemães, isto é, turistas de quase todo o mundo.
B.S – É dificil trabalhar com o turismo?
A.C – Não! Falo bem
Inglês e tenho conhecimentos de Francês, mas quando aparece chineses e alemães
torna-se, um pouco, difícil. Aí, há outro colega com quem, habitualmente, esses
turistas falam, mas geralmente há muitos que dominam o Inglês, o que facilita
muito.
B.S – No que se refere aos preços, os turistas e
portugueses queixam-se dos mesmos?
A.C – Geralmente
não. As pessoas já tem consciência de que estes espaços são sempre pagos. Além
disso, não há dinheiro que pague para nos rendermos e apreciarmos tanta beleza.
Relativamente ao preços, os jovens com “cartão jovem”, pagam 1.20€ enquanto o
bilhete normal custa 3.00€, mas há outros tarifários especiais para séniores,
pessoas com deficiência e para grupos, consoante o seu número, que é variável
e, também, tem que ter em conta o número de bilhetes que vendemos de forma a obter
um desconto percentual justo.
Refira-se
que temos entrada livre apenas aos Domingos e feriados, até às 14h. De resto,
os Jornalistas, Professores e alunos (grupos), crianças até aos 14 anos,
mecenas e membros da Associação de Monumentos e dos Amigos dos Castelos,
devidamente identificados, é que têm acesso livre, porque caso contrário, são
sujeitos a tarifa normal.
B.S – Como é que
é trabalhar no Panteão Nacional?
A.C – Trabalhar no
Panteão Nacional é muito gratificante, porque é um lugar muito giro, onde há
muita história para contar e, preservar. Já trabalho aqui há 20 anos, e estou
feliz com a minha função e opção de vida. Nos dias em que estou de serviço,
entro às 9h e saio às 17h e por vezes, fico até mais tarde. Depende, muito,
daquilo que me propõem fazer, mas no final do dia saio daqui satisfeito.
B.S – Estou a ouvir esta música de fundo. É de
estilo barroco, certo?
A.C – Sim, é estilo
barroco, mas não me pergunte quem é que canta, porque não sei. Gosto imenso de
trabalhar cá, mas no que toca à música, confesso que não sou grande apreciador,
mas faz parte da minha função. Devo dizer-lhe que temos aqui atrás (recepção), há
seis conjuntos de cd´s deste tipo mas, também, alterno este estilo de música
com fados da grande Amália Rodrigues que está ali, sepultada, na sala 1.
B.S – Então não passam outro tipo de música?
A.C – Não! Os
únicos estilos musicais que passamos varia, apenas, entre o Barroco e Fados da
Amália como já referi. A maioria das pessoas que nos visitam pedem para ouvir
Amália e claro, colocamos a nossa fadista a cantar.
Por: Barnabé Sousa