domingo, 25 de março de 2012

À conversa com André Costa, funcionário do PN


Seguindo no eléctrico nº 28E, iniciei a viagem no Martim Moniz,  passando pelo sítios de: Anjos, Graça… Alfama era a paragem “obrigatória”. Assim, sai na calçada de São Vicente de fora, passei pela igreja que apresenta o mesmo nome, rumo ao Panteão Nacional, onde fiquei  a conhecer toda a sua história, tal como o seu funcionamento.
Na entrada, encontramos a bilheteira, sim, porque tal como qualquer outro monumento histórico, em Lisboa, e não só… paga-se para apreciar a sua beleza interior.
Aí, deparei-me com o Senhor André, recepcionista deste espaço, e além de exercer  esta função, também, faz de guia, quando está outro colega para assegurar a recepção. Este senhor, muito simpático, dispôs-se a explicar todo o funcionamento daquele grande monumento.

B.SQual é o horário deste monumento? Está aberto todos os dias?
A.C – Não. Não está aberto todos os dias. Está aberto das 10h-17h, de Terça a Domingo, uma vez que estamos encerrados todas as segundas-feiras, respeitando o 25 de Dezembro, Domingo de Páscoa, 1º de Janeiro e 1º de Maio que também estamos encerrados ao público.

B.SFalando de público. Que tipo de público costuma visitar o PN?
A.C – O Panteão Nacional é visitado, maioritariamente, por turistas, mas também há afluência de portugueses de vários pontos do (nosso) País. No que se refere ao turismo, podemos dizer que há muitos turistas chineses, japoneses, italianos, espanhóis, franceses, ingleses, alemães, isto é, turistas de quase todo o mundo.

B.SÉ dificil trabalhar com o turismo?
A.C – Não! Falo bem Inglês e tenho conhecimentos de Francês, mas quando aparece chineses e alemães torna-se, um pouco, difícil. Aí, há outro colega com quem, habitualmente, esses turistas falam, mas geralmente há muitos que dominam o Inglês, o que facilita muito.

B.SNo que se refere aos preços, os turistas e portugueses queixam-se dos mesmos?
A.C – Geralmente não. As pessoas já tem consciência de que estes espaços são sempre pagos. Além disso, não há dinheiro que pague para nos rendermos e apreciarmos tanta beleza. Relativamente ao preços, os jovens com “cartão jovem”, pagam 1.20€ enquanto o bilhete normal custa 3.00€, mas há outros tarifários especiais para séniores, pessoas com deficiência e para grupos, consoante o seu número, que é variável e, também, tem que ter em conta o número de bilhetes que vendemos de forma a obter um desconto percentual justo.
Refira-se que temos entrada livre apenas aos Domingos e feriados, até às 14h. De resto, os Jornalistas, Professores e alunos (grupos), crianças até aos 14 anos, mecenas e membros da Associação de Monumentos e dos Amigos dos Castelos, devidamente identificados, é que têm acesso livre, porque caso contrário, são sujeitos a tarifa normal.

B.S Como é que é trabalhar no Panteão Nacional?
A.C – Trabalhar no Panteão Nacional é muito gratificante, porque é um lugar muito giro, onde há muita história para contar e, preservar. Já trabalho aqui há 20 anos, e estou feliz com a minha função e opção de vida. Nos dias em que estou de serviço, entro às 9h e saio às 17h e por vezes, fico até mais tarde. Depende, muito, daquilo que me propõem fazer, mas no final do dia saio daqui satisfeito.

B.SEstou a ouvir esta música de fundo. É de estilo barroco, certo?
A.C – Sim, é estilo barroco, mas não me pergunte quem é que canta, porque não sei. Gosto imenso de trabalhar cá, mas no que toca à música, confesso que não sou grande apreciador, mas faz parte da minha função. Devo dizer-lhe que temos aqui atrás (recepção), há seis conjuntos de cd´s deste tipo mas, também, alterno este estilo de música com fados da grande Amália Rodrigues que está ali, sepultada, na sala 1.

B.SEntão não passam outro tipo de música?
A.C – Não! Os únicos estilos musicais que passamos varia, apenas, entre o Barroco e Fados da Amália como já referi. A maioria das pessoas que nos visitam pedem para ouvir Amália e claro, colocamos a nossa fadista a cantar. 





Por: Barnabé Sousa

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